quinta-feira, 30 de setembro de 2010

São Bento e a Capoeira




Por que o nome SÃO BENTO,um santo católico, está tão presente na nossa capoeira?
Quem é São Bento? O são Bento que dá nome a faculdade, é mosteiro na Bahia e o que dá nome aos nossos toques de capoeira, são os mesmos?
Sim, é o mesmo São Bento pra todos.

Esse Bento nasceu em Núrcia, nordeste de Roma, seus pais o mandaram para Roma afim de estudar.
Tempos depois foi descoberto por um grupo de Monges que o incitaram a se tornar seu líder espiritual, mas seu regime logo se tornou excessivo para os monges indolentes, que planejaram então envenená-lo.
Bento escapou no momento em que dava a bênção sobre o alimento,saiu da taça que continha o vinho envenenado uma serpente e o cálice se fez em pedaços.
Daí as citações nas músicas de capoeira, quando comparamos um camarada capoeira não tão bem intencionado com uma cobra, então, pedimos proteção ao senhor São Bento, pois ele ficou conhecido como o santo que protege a gente contra qualquer tipo de envenenamento, inclusive o de cobra. Também é o santo que teve uma vida mais próxima da natureza e dos animais.
São Bento também é reverenciando e tido como o protetor da capoeira. Os antigos mestres, que formam o alicerse da capoeira, eram todos devotos de São Bento.

Nos nossos toques de berimbau, ele ainda dá nome a 3 toques:

São bento pequeno De angola
São bento grande de angola
São Bento Grande de bimba

fonte:
http://capoeiraatabaque.blogspot.com

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Esquiva Minas em Rio Acima




A convite do Coordenador Estadual da Juventude Kolping, Alessandro da Silva "San", o Grupo Cultural de Capoeira Esquiva Minas representado pelo Graduado Rafael(Ligeiro), ministrou uma Oficina de Vivência da Capoeira na 12ª Jornada de Juventude Kolping/MG. A Oficina foi divida em parte teórica e prática da capoeira.

A 12ª Jornada de Juventude Kolping/MG foi sediada pela Comunidade Kolping de Sto. Antônio de Rio Acima.

sexta-feira, 5 de março de 2010

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

V Batizado e Troca de Cordas Esquiva Minas
Dia: 28 de fevereiro
Horário: 10h
Local: Escola Municipal Maria de Matos Silveira

Rua Iguaçaba, 225 - entrada pela rua Ibaté esq. rua Cajobi

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Mestre Bimba

Manoel dos Reis Machado (23 de Novembro de 1900 - 5 de Fevereiro de 1974), Mestre Bimba foi o criador da Capoeira Regional.

O surgimento da capoeira Regional (Luta Regional Baiana) foi um grande marco na história deste esporte, que moldou a capoeira e a forma como ela é vista hoje pela sociedade. Manoel dos Reis Machado, Mestre Bimba, criador desta modalidade, é o responsável pela capoeira ser hoje jogada em mais de 150 países e pela, cada vez mais próxima, profissionalização do mestre de capoeira.

Mestre Bimba começou sua carreira aos 12 anos de idade, jogando capoeira Angola, a mesma que ele ensinou por 10 anos. Durante o período em que a capoeira, e qualquer outra manifestação da cultura negra, era proibida, mestre Bimba conseguiu, junto com a Secretaria de Educação do Estado da Bahia, manter aberta a primeira academia reconhecida de capoeira.

A historia da capoeira Regional se inicia quando Mestre Bimba, na década de 30, percebe que a capoeira estava perto de sucumbir diante de sua proibição e pela entrada e assimilação das lutas estrangeira, cada vez mais presentes no Brasil. Diante de tal situação, mestre Bimba começa a procurar um meio de modernizar essa luta, sem contudo perder suas tradições, pois mesmo iletrado Mestre Bimba tem a consciência que, como ele mesmo falou ao presidente Getúlio Vargasanos depois, a capoeira é a única luta verdadeiramente nacional.

Mestre Bimba então desenvolve novos golpes misturando a capoeira Angola com o batuque, uma outra luta popular baiana, focando sua eficiência no bloqueio para ela se tornar mais competitiva e poder ser usada contra outras modalidades de artes marcais. Retira da roda regional a maior parte da ritualidade presente na roda de capoeira Angola. Coloca um ritmo mais rápido para dar um caráter mais dinâmico e implementa fatores estritamente didáticos a fim de formar alunos e mestres para que sua arte se propague. É seu também o crédito por hoje o berimbau ser o símbolo máximo da prática, já que antes, nas rodas de angola, também era admitido o uso da viola. Contudo por sua praticidade tanto de confecção quanto de manejo, o berimbau encontrou seu lugar nas rodas de capoeira regional sendo aos poucos preferido nas rodas de angola também.

Em 1932 Mestre Bimba consegue de fato a liberação da prática da capoeira, e junto com ela a liberdade de todas as outras formas de manifestação da cultura negra. Neste mesmo ano é fundada sua primeira academia, a primeira especializada em capoeira a ter um alvará de funcionamento.

Mestre Bimba sempre afirmou que o maior diferencial da capoeira Regional era a sua seqüência de ensino onde ele passava ao calouro os movimentos básicos para a prática da capoeira e também incutia a noção de parceria, de autoconfiança, de esquiva, etc. Após o calouro ter aprendido esses movimentos básicos ele então poderia ser aceito ou não pela congregação dos capoeiras pelo “batismo”, onde ele receberia seu apelido e sua primeira graduação, um lenço azul, representando o aluno formado que era seguido pelo lenço vermelho, para o aluno formado e especializado; pelo lenço amarelo, para os alunos que passaram pelo curso de armas; e finalmente pelo lenço branco que era designado apenas para os mestres. Este sistema de graduação também foi invenção de Bimba e fazia parte do seu sistema de ensino.

Logo após a primeira graduação, ou batismo, Mestre Bimba então iniciava os ensinos mais avançados como as técnicas de floreio, as seqüências de defesa pessoal, e muitas outras levando a considerar o aprendizado da capoeira infinito, já que como ele mesmo falava, o golpes básicos da capoeira são 7, e desses 7 mais sete podem ser feitos e assim por diante, sendo que qualquer movimento do corpo é aceito dentro de uma roda, desde que ele seja regido pelo som do berimbau e mantenha o ritmo da ginga.

Em 1946 foi feita a primeira exibição pública de capoeira como uma apresentação folclórica brasileira, depois dessa primeira experiência ter se mostrado monetariamente interessante, Mestre Bimba começou a fazê-la com dias e horários marcados, propondo algo antes inimaginável para qualquer jogador de capoeira: ganhar dinheiro de forma honesta com a sua arte.

Se estivesse vivo hoje Mestre Bimba teria 103 anos e apesar de tanto ter feito pela capoeira, seu filho, mestre Formiga, afirma que seu pai morreu de “tristeza por não ver a capoeira ser respeitada”. O professor Muniz Sodré, autor do livro “Mestre Bimba – corpo de mandinga”, mostra que sua agonia começou ao perceber seu trabalho sendo varrido pelo regime dos generais instalado em 1964, quando então ele seu muda para Goiânia, local onde veio a falecer uma década depois.

Manoel Henrique Pereira - Besouro Mangangá

Manoel Henrique (1897-1924), Besouro Mangangá ou Besouro Cordão de Ouro foi um lendário capoeirista da região de Santo Amaro, Bahia. Muitos e grandiosos feitos lhe são atribuidos. Diziam que tinha o "corpo fechado", que balas e punhais não podiam feri-lo. Porém, mesmo as circunstâncias da sua morte são contraditorias. Há versões de que foi num confronto com a polícia, e outras que foi na "trairagem", num ataque de faca pelas costas.

A palavra capoeirista assombrava homens e mulheres, mas o velho escravo Tio Alípio nutria grande admiração pelo filho de João Grosso e Maria Haifa. Era o menino Manuel Henrique que, desde cedo aprendeu, com o Mestre Alípio, os segredos da Capoeira na Rua do Trapiche de Baixo, em Santo Amaro da Purificação, sendo batizado como Besouro Mangangá por causa da sua flexibilidade e facilidade de desaparecer quando a hora era para tal.

Negro forte e de espírito aventureiro, nunca trabalhou em lugar fixo nem teve profissão definida.

Quando os adversários eram muitos e a vantagem da briga pendia para o outro lado, "Besouro" sempre dava um jeito, desaparecia. A crença de que tinha poderes sobrenaturais veio logo, confirmando o motivo de ter ele sempre que carregar um "patuá". De trem, a cavalo ou a pé, embrenhando-se no matagal, Besouro, dependendo das circunstâncias, saia de Santo Amaro para Maracangalha, ou vice-versa, trabalhando em usinas ou fazendas. Certa feita, quem conta é o seu primo e aluno Cobrinha Verde, sem trabalho, foi a Usina Colônia (hoje Santa Eliza) em Santo Amaro, conseguindo colocação. Uma semana depois, no dia do pagamento, o patrão, como fazia com os outros empregados, disse-lhe que o salário havia "quebrado" para São Caetano. Isto é: não pagaria coisa alguma. Quem se atrevesse a contestas era surrado e amarrado num tronco durante 24 horas. Besouro, entretanto, esperou que o empregador lhe chamasse e quando o homem repetiu a célebre frase, foi segurado pelo cavanhaque e forçado a pagar, depois de tremenda surra.

Misto de vingador e desordeiro, Besouro não gostava de policiais e sempre se envolvia em complicações com os milicianos e não era raro tomava-lhes as armas, conduzindo-os até o quartel. Certa feita obrigou um soldado a beber grande quantidade de cachaça. O fato registrou-se no Largo de Santa Cruz, um dos principais de Santo Amaro. O militar dirigiu-se posteriormente à caserna, comunicando o ocorrido ao comandante do destacamento, Cabo José Costa, que incontinente designou 10 praças para conduzir o homem preso morto ou vivo. Pressentindo a aproximação dos policiais, Besouro recuou do bar e, encostando-se na cruz existento no largo, abriu os braços e disse que não se entregava. Ouviu-se violenta fuzilaria, ficando ele estendido no chão. O cabo José chegou-se e afirmou que o capoeirista estava morto. Besouro então ergueu-se, mandou que o comandante levantasse as mãos, ordenou que todos os soldados fossem e cantou os seguintes versos: Lá atiraram na cruz/ eu de mim não sei/ se acaso fui eu mesmo/ ela mesmo me perdoe/ Besouro caiu no chão fez que estava deitado/ A plícia/ ele atirou no soldado/ vão brigar com caranguejos/ que é bicho que não tem sangue/ Polícia se briga/ vamos prá dentro do mangue.

As brigas eram sucessivas e por muitas vezes Besouro tomou partido dos fracos contra os propritários de fazendas, engenhos e policiais. Empregando-se na Fazenda do Dr. Zeca, pai de um rapaz conhecido por Memeu, Besouro foi com ele às vias de fato, sendo então marcado para morrer.

Homem influente, o Dr. Zeca mandou pelo próprio Besouro, que na atilde;o sabia ler nem escrever, uma carta para um seu amigo, administrador da Usina Maracangalha, para que liquidasse o portador. O destinatário com rara frieza mandou que Besouro esperasse a resposta no dia seguinte. Pela manhã, logo cedo, foi buscar a resposta, sendo então cercado por cerca de 40 soldados, que incontinente fizeram fogo, sem contudo atingir o alvo. Um homem entretanto, conhecido por Eusébio de Quibaca, quando notou que Besouro tentava afastar-se gingando o corpo, chegou-se sorrateiramente e desferiu-lhe violento golpe com uma faca de ticum.Manuel Henrique, o Besouro Mangangá, morreu jovem, com 27 anos, em 1924, restando ainda dois dos seus alunos Rafael Alves França, Mestre Cobrinha Verde e Siri de Mangue.

Hoje, Besouro é símbolo da Capoeira em todo o território baiano, sobretudo pela sua bravura e lealdade com que sempre comportou com relação aos fracos e perseguidos pelos fazendeiros e policiais.

Mestre Pastinha

Vicente Ferreira Pastinha (Salvador, 5 de abril de 1889 — Salvador, 13 de novembro de 1981), foi um dos principais mestres de Capoeira da história.

Mais conhecido por Mestre Pastinha, nascido em 1889 dizia não ter aprendido a Capoeira em escola, mas "com a sorte". Afinal, foi o destino o responsável pela iniciação do pequeno Pastinha no jogo, ainda garoto. Em depoimento prestado no ano de 1967, no 'Museu da Imagem e do Som', Mestre Pastinha relatou a história da sua vida:"Quando eu tinha uns dez anos - eu era franzininho - um outro menino mais taludo do que eu tornou-se meu rival. Era só eu sair para a rua - ir na venda fazer compra, por exemplo - e a gente se pegava em briga. Só sei que acabava apanhando dele, sempre. Então eu ia chorar escondido de vergonha e de tristeza." A vida iria dar ao moleque Pastinha a oportunidade de um aprendizado que marcaria todos os anos da sua longa existência.

"Um dia, da janela de sua casa, um velho africano assistiu a uma briga da gente. Vem cá, meu filho, ele me disse, vendo que eu chorava de raiva depois de apanhar. Você não pode com ele, sabe, porque ele é maior e tem mais idade. O tempo que você perde empinando raia vem aqui no meu cazuá que vou lhe ensinar coisa de muita valia. Foi isso que o velho me disse e eu fui". Começou então a formação do mestre que dedicaria sua vida à transferência do legado da Cultura Africana a muitas gerações. Segundo ele, a partir deste momento, o aprendizado se dava a cada dia, até que aprendeu tudo. Além das técnicas, muito mais lhe foi ensinado por Benedito, o africano seu professor. "Ele costumava dizer: não provoque, menino, vai botando devagarinho ele sabedor do que você sabe (…). Na última vez que o menino me atacou fiz ele sabedor com um só golpe do que eu era capaz. E acabou-se meu rival, o menino ficou até meu amigo de admiração e respeito."

Foi na atividade do ensino da Capoeira que Pastinha se distinguiu. Ao longo dos anos, a competência maior foi demonstrada no seu talento como pensador sobre o jogo da Capoeira e na capacidade de comunicar-se. Os conceitos do mestre Pastinha formaram seguidores em todo Brasil. A originalidade do método de ensino, a prática do jogo enquanto expressão artística formaram uma escola que privilegia o trabalho físico e mental para que o talento se expanda em criatividade. Foi o maior propagador da Capoeira Angola, modalidade "tradicional" do esporte no Brasil.

Em 1941, fundou a primeira escola de capoeira legalizada pelo governo baiano, o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA), no Largo do Pelourinho, na Bahia. Hoje, o local que era a sede de sua academia é um restaurante do Senai.

Em 1966, integrou a comitiva brasileira ao primeiro Festival Mundial de Arte Negra no Senegal, e foi um dos destaques do evento. Contra a violência, o Mestre Pastinha transformou a capoeira em arte. Em 1965, publicou o livro Capoeira Angola, em que defendia a natureza desportista e não-violenta do jogo.

Entre seus alunos estão Mestres como João Grande, João Pequeno, Curió, Bola Sete (Presidente da Associação Brasileira de Capoeira Angola), entre muitos outros que ainda estão em plena atividade. Sua escola ganhou notoriedade com o tempo, frequentada por personalidades como Jorge Amado, Mário Cravo e Carybé, cantada por Caetano Veloso no disco Transa (1972). Apesar da fama, o "velho Mestre" terminou seus dias esquecido. Expulso do Pelourinho em 1973 pela prefeitura, sofreu dois derrames seguidos, que o deixaram cego e indefeso. Morreu aos 93 anos.

Vicente Ferreira Pastinha morreu no ano de 1981. Durante décadas dedicou-se ao ensino da Capoeira. Mesmo completamente cego, não deixava seus discípulos. E continua vivo nos capoeiras, nas rodas, nas cantigas, no jogo. "Tudo o que eu penso da Capoeira, um dia escrevi naquele quadro que está na porta da Academia. Em cima, só estas três palavras: Angola, capoeira, mãe. E embaixo, o pensamento:

"Mandinga de escravo em ânsia de liberdade, seu princípio não tem método e seu fim é inconcebível ao mais sábio capoeirista."

Capoeira Angola

Capoeira Angola

A Angola é o estilo mais próximo de como os negros escravos jogavam a Capoeira. Caracterizada por ser mais lenta, porém rápida, movimentos furtivos executados perto do solo, como em cima, ela enfatiza as tradições da Capoeira, que em sua raiz está ligada aos rituais afro-brasileiros, caracterizado pelo Candomblé, sua música é cadenciada, orgânica e ritualizada, e o correto é estar sempre acompanhada por uma bateria completa de 08 instrumentos.

A designação "Angola" aparece com os negros que vinham para o Brasil oriundos da África, embarcados no Porto de Luanda que, independente de sua origem, eram designados na chegada ao Brasil de "Negros de Angola", vide ABC da Capoeira Angola escrito pelo Mestre Noronha quando ele cita o Centro de Capoeira Angola Conceição da Praia, criado pela nata da capoeiragem baiana no início dos anos 1920. Mestre Pastinha (Vicente Ferrera Pastinha) foi o grande ícone do estilo. Grande defensor da preservação da Capoeira Angola, inaugurou em 23 de fevereiro de 1941 o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA). Dos ensinamentos do Mestre Pastinha foram formados grandes mestres da capoeiragem Angola, a exemplo dos Mestres: João Pequeno, João Grande, Valdomiro Malvadeza, Albertino da Hora, Raimundo Natividade, Gaguinho Moreno, 45, Pessoa Bá-Bá-Bá, Trovoada, Bola Sete, dentre outros que continuam transmitindo seus conhecimentos para os novos angoleiros, como Mestre Morais.

É comum a primeira vista ver o jogo de Angola como não perigoso ou não elaborado, contudo o jogo Angola se assemelha ao xadrez pela complexidade dos elementos envolvidos. Por ter uma sistemática estruturada em rituais de aprendizado completamente diferentes da Regional, seu domínio é muito mais complicado, envolvendo não só a parte mecânica do jogo mas também características como sutileza, o subterfúgio, a dissimulação, a teatralização, a mandinga e/ou mesmo a brincadeira para superar o oponente. Um jogo de Angola pode ser tão ou mais perigoso do que um jogo de Regional.

Capoeira Regional

Capoeira Regional

A capoeira regional foi criada por Mestre Bimba em Manuel dos Reis Machado, (1900-1974)

Bimba criou sequências de ensino e metodizou o ensino de capoeira. Inicialmente, Bimba chamou sua capoeira de "Luta regional baiana", de onde surgiu o nome regional.

Manoel dos Reis Machado, conhecido por ser um habilidoso lutador nos ringues, e inclusive, ser um exímio praticante da capoeira Angola, procurou fazer com que a capoeira tivesse uma maior força como luta e fez isto incorporando a ela novos golpes. Um fato que é conhecido, é de que Bimba teria incorporado golpes do batuque, uma luta já extinta, que era rica em golpes traumáticos e desequilibrantes. Inclusive, sabe-se que o pai de Mestre Bimba era praticante desta luta.

Há muita discussão também sobre se Bimba teria ou não absorvido golpes de outras lutas, como judô, o jiu-jitsu, a luta livre e o savate, luta de origem francesa, para compor sua capoeira Regional. Entre os velhos mestres, essa é a opinião vigente, mas, apesar disso, eles não acham que este fato seja negativo ou descaracterizador.

A Regional surgiu por volta de 1930. Mas Mestre Bimba se preocupou não só em fazer com que a capoeira fosse reconhecida como luta, ele também criou o primeiro método de ensino da capoeira, as "sequências de ensino" que auxiliavam o aluno a desenvolver os movimentos fundamentais da capoeira.

Em 1932, foi fundada por Mestre Bimba a primeira academia de capoeira registrada oficialmente, em Salvador, com o nome de "Centro de Cultura Física e Capoeira Regional da Bahia".

Das muitas apresentações que Mestre Bimba fez, talvez a mais conhecida tenha sido a ocorrida em 1953, para o então presidente Getúlio Vargas, ocasião em que teria ouvido do presidente: "A capoeira é o único esporte verdadeiramente nacional."

Na academia de Mestre Bimba, a rigorosa disciplina que vigorava determinava três níveis hierárquicos: "calouro", "formado" e "formado especializado". Uma das maiores honras para um discípulo era poder jogar Iúna, isto é, jogar na roda de capoeira ao som do toque denominado Iúna, executado pelo berimbau. O jogo de Iúna tinha a função simbólica de promover a demarcação do grupo dos formados para o grupo dos calouros. A única peculiaridade técnica do jogo de Iúna em relação aos jogos realizados em outros momentos no ritual da roda de capoeira era a obrigatoriedade da aplicação de um golpe ligado no desenrolar do jogo, além do fato de destacar-se pela maior habilidade dos capoeiristas que o executavam. O jogo de Iúna era praticado apenas ao som do berimbau, sem palmas ou outros instrumentos o que reforçava seu caráter solene. Ao final de cada jogo, todos os participantes aplaudiam os capoeiristas que saíam da roda.

A Regional é mais recente, com elementos fortes de artes-marciais em seu jogo. A Regional (Luta Regional Baiana) tornou-se rapidamente popular, levando a Capoeira ao grande público e mudando a imagem do capoeirista tido no Brasil até então como um marginal. Seu jogo é mais rápido, mas também existem jogos mais lentos e compassados. Apesar do que muitos pensam, na capoeira regional não são utilizados saltos mortais, pois um dos fundamentos da capoeira regional, segundo Mestre Bimba é manter no mínimo uma base ao solo (um dos pés ou uma das mãos). O forte da capoeira regional são as quedas, rasteiras, cabeçadas.

Em toques rápidos como São Bento Grande de Bimba se faz um jogo mais rápido, porém sempre com manobras de ataque e defesa (importante ressaltar que todos os golpes devem ter objetivo), mas sempre respeitando o camarada vencido (parar o golpe se perceber que ele machucará o parceiro, mostrando assim sua superioridade e humildade diante do camarada). Ambos os estilos são marcados pelo uso de dissimulação e subterfúgio - a famosa mandinga - e são bastante ativos no chão, sendo frequentes as rasteiras, pontapés, chapas e cabeçadas.